A morte da proprietária de um hotel de luxo, em Goianésia, virou alvo de investigação da Polícia Civil (PC), que apura as circunstâncias do óbito de Fábia Portilho, de 52 anos. A empresária morreu na última terça-feira, 7, quatro dias depois de passar por procedimentos de mamoplastia e lipoaspiração no Hospital Unique, em Goiânia.
A suspeita é de que a empresária tenha sofrido complicações devido às cirurgias plásticas realizadas na sexta-feira, 3. Conforme o registro policial, Fábia teria começado a sentir dores abdominais no mesmo dia em que morreu. Ela foi operada pelo médico Nelson Rodrigues.
Ao começar a sentir os sintomas, ela decidiu voltar à unidade de saúde. Por volta das 11h, a empresária solicitou uma tomografia para saber o motivo da dor. No entanto, conforme informado pela família à PC, os funcionários da unidade de saúde não deram prosseguimento ao atendimento da paciente, que estava “gritando de dor”.
Ainda conforme o relato da família à corporação, os colaboradores indicaram que não realizariam a consulta, visto que ela “era uma mulher forte”. Neste momento, foi solicitado que Fabia fosse liberada para que desse entrada em outro hospital, o Albert Einstein, também em Goiânia.
Contudo, para que fosse efetivada a dispensa da paciente, a família precisou aguardar cerca de três horas para pegar o laudo médico. Por volta das 21h – passadas mais de 10 horas desde o check-in no primeiro hospital – a vítima foi transferida para a outra unidade hospitalar.
A empresária, no entanto, não resistiu à mudança e morreu ainda nos primeiros socorros após um choque misto (séptico, hemorrágico e obstrutivo), conforme o registro policial. A PC solicitou um exame cadavérico para apurar se houve negligência por parte da clínica.
Em nota, a unidade de saúde informou que não houve negligência por parte da equipe médica e que o hospital possui a estrutura necessária para atender casos complexos. O hospital disse ainda que orientou os parentes a não realizarem a transferência para outra unidade devido à condição instável da paciente, mas que os familiares argumentaram que havia um médico da família trabalhando em outra instituição.
A reportagem também entrou em contato com o cirurgião que operou Fábia, Nelson Rodrigues, mas até o fechamento desta matéria não tivemos retorno. O espaço continua aberto.
Veja a nota completa:
“Em resposta às solicitações de esclarecimento por parte da imprensa, a respeito da cirurgia realizada na Sra. Fábia Portilho, o Hospital Unique, inicialmente, expressa seu profundo pesar pelo falecimento da paciente.
A instituição reconhece a gravidade da situação e está empenhada em fornecer todas as informações necessárias para esclarecer os fatos. No entanto, ressalta que ainda é cedo para tirar conclusões definitivas, pois as investigações sobre as circunstâncias do ocorrido estão em andamento e aguardam laudos técnicos e periciais.
O Hospital Unique, representado por seu advogado, reitera seu compromisso com a transparência e a ética, esclarecendo que todas as medidas de segurança e protocolos médicos foram seguidos rigorosamente. Além disso, reforça que não houve qualquer negligência por parte da equipe médica e que o hospital possui toda a estrutura necessária para atender casos complexos.
O hospital orientou os parentes a não realizarem a transferência para outra unidade devido à condição instável da paciente. No entanto, os familiares decidiram pela transferência, argumentando que havia um médico da família trabalhando em outra instituição. Para isso, contrataram serviços de ambulância, embora fossem dispensáveis.
O Hospital Unique, em sua recomendação médica, na prudência peculiar, avaliou os riscos envolvidos e aconselhou contra a transferência até a estabilização da paciente. A condição crítica foi comunicada aos parentes, explicando os riscos envolvidos e a necessidade de aguardar a estabilização da paciente para a realização de um exame de tomografia.
Mesmo assim, os parentes decidiram prosseguir com a transferência, assumindo total responsabilidade pela decisão. O atendimento prestado pela instituição incluiu todos os esforços possíveis, como a realização de diversos exames, infusão de sangue e outras intervenções, visando a melhora do quadro clínico da paciente.
O hospital irá colaborar integralmente com as autoridades competentes para apurar as circunstâncias do ocorrido. O Hospital Unique reforça que a segurança e o bem-estar de seus pacientes são prioridades absolutas e que continuará trabalhando incessantemente para assegurar os mais altos padrões de atendimento médico.
A instituição está à disposição para prestar todo o apoio necessário à família e para fornecer quaisquer informações adicionais que se façam necessárias”.
Fonte - Jornal Opção