Um terramoto de magnitude 6,2 na escala de Richter foi sentido na segunda-feira no nordeste da China, provocando pelo menos 127 mortos. O Governo atribuiu 200 milhões de yuans (cerca de 25 milhões de euros) para ajudar nos esforços de resgate e socorro. As operações de resgate são uma luta contra o tempo devido às baixas temperaturas que se fazem sentir naquela região.
Pelo menos 127 pessoas morreram e outras 700 ficaram feridas no terramoto de magnitude 6,2 ocorrido na noite de segunda-feira na província de Gansu, na região montanhosa do planalto Qinghai-Tibetano.
O terramoto ocorreu às 23h59 de segunda-feira (15h59, em Lisboa) e teve o seu epicentro na fronteira entre as províncias de Gansu e Qinghai, a uma profundidade de dez quilómetros, segundo o Centro da Rede Sismológica da China.De acordo com as autoridades, do total de vítimas, 105 eram da região de Gansu e 13 da província de Qinghai. Há ainda dezenas de pessoas dadas como desaparecidas.
Desse montante, 150 milhões de yuans (19,2 milhões de euros) vão ser utilizados para ajudar a província de Gansu, a mais atingida pelo terramoto, enquanto os outros 50 milhões de yuans (6,4 milhões de euros) vão para a vizinha província de Qinghai, informaram o ministério da Gestão de Emergências e o ministério das Finanças.
O Governo chinês e o ministério da Gestão de Emergências declararam um nível II de resposta ao incidente. O terremoto destruiu estradas e infraestruturas e provocou deslizamentos de terra.
Corrida contra o tempo
Cerca de 2.200 funcionários do corpo de bombeiros da província de Gansu e 900 da brigada florestal, bem como 260 profissionais de resgate de emergência, foram enviados para a zona mais afetada, informou a agência de notícias Xinhua, acrescentando que centenas de militares e políticas também foram enviados para os locais.
Os trabalhos de resgate têm-se revelado desafiantes devido às baixas temperaturas que se fazem sentir naquela região montanhosa. A temperatura Gansu era de cerca de 14 graus Celsius negativos na manhã desta terça-feira.
As operações são, por isso, uma luta contra o tempo para resgatar os sobreviventes, que enfrentam um risco maior devido às condições climáticas adversas.Normalmente, as 72 horas após um terramoto são consideradas cruciais para o resgate dos sobreviventes, mas esse espaço de tempo, neste caso, é encurtado devido às temperaturas negativas.
O terremoto também provocou cortes no fornecimento de água e eletricidade, bem como a rede móvel em algumas áreas, dificultando os esforços de resgate.
O presidente chinês Xi Jinping apelou a um “esforço total” nos trabalhos de resgate para minimizar o número de vítimas.
Este é o terramoto mais mortífero na China em quase uma década. Em 2014, um terramoto na província de Yunnan, no sudoeste, matou cerca de 600 pessoas.
O terramoto mais mortífero da China nos últimos anos foi um de magnitude 7,9, ocorrido em 2008, que matou quase 90.000 pessoas em Sichuan. O tremor devastou cidades, escolas e comunidades rurais nos arredores de Chengdu, levando a um esforço de reconstrução com materiais mais resistentes que durou anos.